quarta-feira, 11 de março de 2015

DADI JANKI - A MENTE MAIS ESTÁVEL DO MUNDO

DADI JANKI - A MENTE MAIS ESTÁVEL DO MUNDO


Uma ioguina indiana, DADI JANKI, de 86 anos, foi considerada pelo Instituto 
de Pesquisa Médica e Cientifica da Universidade do Texas, como a "mente mais 
estável do mundo" porque, mesmo testada em situações tensas e perigosas, seu eletroencefalograma marcou a presença constante de ondas delta, as ondas 
mais positivas e lentas produzidas pela atividade cerebral.

Ela recebeu da ONU o título, muito raro de ser concedido, de Guardiã do 
Planeta, por seu trabalho em prol de mentes mais livres e pacíficas.

Quando lhe perguntaram, em sua visita a São Paulo, a receita de uma mente 
tão tranquila e sem pesos, ela respondeu:

"Muito amor no coração por todos e nenhum apego por ninguém, tentar não 
prejudicar pessoa alguma minimamente e eliminar da mente qualquer pensamento negativo, fazendo um exercício diário e ter a certeza de que não estamos aqui à toa, mas para cumprir o destino da evolução. Que somos caminhantes, sem dependências ou estabilidades. Quem não percebe isso se torna escravo do desnecessário e polui a mente".

Em 1978, Dadi Janki foi submetida a um teste na Universidade do Texas, nos 
Estados Unidos, quando então se tornou conhecida como "a mente mais estável 
do mundo" (suas ondas cerebrais não se alteram mesmo em situações extremas).

"A maravilha é que, mesmo não entendendo inglês, consegui dar as respostas 
certas", diz.

Hoje, aos 86 anos, 60 deles dedicados ao estudo espiritual e à prática da 
meditação, Dadi é só tranqüilidade e paz. Co-diretora mundial da Brahma 
Kumaris - universidade espiritual com sede na Índia e mais de 5 mil centros 
pelo mundo -, integrante do grupo Guardiões da Sabedoria e criadora da 
Fundação Janki de Pesquisas para Saúde Global, em Londres, ela nos recebeu 
vestindo branco por dentro e por fora, sem solenidades, sem as vaidades 
comuns à maioria das mulheres. Seu discurso encanta pela pureza e ensina que 
as mudanças possíveis ao mundo começam no coração de cada pessoa.

- Por que tanta gente está buscando uma vida simples?

- Vivemos com muitas demandas de consumo. Eu quero isto, eu quero aquilo, 
aquilo outro e assim por diante. E todo mundo tem muitas demandas e 
expectativas. Se vivemos ao sabor das demandas externas, tudo o que 
conseguimos ver em termos de reconhecimento da personalidade humana é o que 
aparece na superfície, o que é artificial. E vida simples significa vida 
real.

Algumas pessoas pensam que a necessidade da vida é possuir coisas, quando, 
na verdade, o que realmente importa é possuir valores espirituais. Portanto, 
quando reafirmamos nossa vida em propósitos de paz, felicidade e amor, 
caminhamos para a felicidade verdadeira.

A conquista de uma vida simples permite que a espiritualidade se desenvolva 
facilmente. E espiritualidade significa eu usar o meu tempo, o meu dinheiro e a minha energia no caminho do bem.

- E de que maneira podemos seguir esse caminho na prática, levando em conta 
as dificuldades do dia-a-dia?

- Existem três aspectos importantes para o entendimento do que proponho 
aqui, do que estamos levando adiante com o conhecimento.

a) O primeiro passo é empreender a busca, porque quando faço isso reconheço 
os territórios internos, em termos de qualidade dos pensamentos, e entendo o 
que pode ser feito para mudar.
b) Segundo, tenho de conhecer a Deus, ser capaz de ter um relacionamento com 
o divino, de maneira a estar pronto para receber de Deus o tesouro da paz.
c) Terceiro, eu também preciso entender os movimentos de calma e de ação, 
assim como o curso e os efeitos de minhas ações. Se eu puder entender essas 
três coisas, então certamente terei paz verdadeira.

- A senhora vive com pouco?

- Posso viver muito bem com três conjuntos de roupas: uma para tudo, outra 
para alternar na lavagem, uma terceira guardada. Às vezes, quando visito 
alguém, as pessoas me chamam para mostrar o número de roupas que elas têm, a  quantidade de sapatos, as jóias. Eu sinto compaixão por elas, porque seu 
intelecto certamente está disperso. Todos esses apelos externos nos distraem 
do real propósito da vida.

- Essa desconexão com o real complica também nossos relacionamentos?

- Sim, as demandas externas distanciam as pessoas do que entendemos como 
qualidade em um relacionamento. É o que deteriora a família, as amizades e 
consagra o egoísmo no lugar da verdade. Quando, enfim, complicamos muito a 
vida, fica difícil tomarmos conta de nós mesmos e, mais ainda, não há como 
cuidar devidamente de nossos relacionamentos.

Bem, eu posso mostrar, com a minha vida, de que maneira é possível alcançar 
a felicidade e, assim, os outros têm uma referência de como conseguir isso 
também. Com uma vida simples, posso dar atenção aos outros, cooperar com os  outros, porque quando meu coração é honesto, ele se torna grande, generoso.

- É possível manter-se centrado mesmo com o turbilhão de informações 
produzido por jornais, revistas e televisão?

- Eu prefiro viver longe desse fluxo. Porque, se sabe, isso acaba virando um 
vício. As pessoas acreditam que, lendo jornais ou assistindo TV, estejam 
apenas buscando informações sobre o que acontece no mundo. Mas, na verdade,  tudo isso produz uma grande quantidade de distrações.

O cinema, da mesma forma, difunde muitos e muitos maus hábitos. Assim, fica 
muito difícil, por exemplo, manter uma vida mais contemplativa, pautada na 
prática da meditação. A natureza humana é muito suscetível.

Somos freqüentemente afetados pelo mal. E quase sempre a influência do mal 
ocorre de maneira muito rápida. Se eu, de fato, quiser me tornar um ser 
humano em sua plenitude, se esse é meu propósito, devo procurar caminhos 
diferentes, que não me façam perder tempo e energia. Ideias assim são sempre 
muito inspiradoras. Mas parece um tanto difícil conseguir isso.

A verdade é que há muitos males no mundo de hoje e creio que é mesmo hora de  pararmos com isso. Eu tenho o alegre objetivo de, primeiro, fazer da minha 
vida uma boa vida e manter a mim mesma livre de todas as influências de 
negatividade do mundo. E há muitas pessoas criando uma vida boa como esta. 
Gente do mundo todo está reconhecendo que é por meio da espiritualidade que 
se pode alcançar uma vida plena.

- Vivemos tempos um tanto incertos. Podemos acreditar num bom destino para a  humanidade?

- Sim, eu acredito que o futuro será bom. Há pessoas buscando uma vida 
sensata, uma vida simples, e elas servirão de inspiração para os outros, em 
favor do mundo. E tudo o que é exigido é uma transformação interna, de 
maneira que possamos ter bons sentimentos, sem nos colocarmos negativamente  contra quem quer que seja. Basta que não tenhamos maus sentimentos, que exercitemos a aceitação dos outros, disseminando paz e felicidade.

- É preciso tornar-se um iogue para incorporar essa atitude?

- Não necessariamente. Todos aqueles que, através da observação contínua de 
si mesmos, e através da meditação, experienciam um relacionamento autêntico 
com Deus, podem se tornar as estrelas brilhantes que iluminam o mundo.

Eu acredito que se todos seguirmos juntos assim, poderemos criar o céu aqui 
na Terra. Mas, primeiro, teremos de criar o céu em nossas mentes.
Porque tudo o que acontece neste mundo começa antes no coração dos homens. 


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